Maria do Carmo sugere prisão de Simão Jatene
Maria do Carmo sugeriu prisão de Simão Jatene, por não cumprir ordem judicial
A assinatura de um acordo de cooperação técnica entre a Prefeitura de Santarém e a Companhia de Habitação do Estado do Pará, está longe de ser a solução para o impasse da desocupação da área da margem esquerda da Rodovia Fernando Guilhon, destinada à construção de mais de 3 mil casas do programa do governo federal “Minha Casa, Minha Vida”.
130 milhões de reais estavam disponíveis para a construção de casas populares em Santarém. Os recursos foram suspensos assim que a Caixa Econômica teve a informação de que a área estava ocupada. O residencial Salvação, como foi batizado, encontra resistência para o cumprimento da desocupação, já determinado pela Justiça há mais de 3 meses.
Com o risco iminente da suspensão definitiva dos recursos, a prefeita Maria do Carmo reuniu a imprensa em coletiva na manhã de terça-feira passada, e soltou toda a sua insatisfação: “Eu costumo esperar a ordem do Governador, agora se eu fosse a Juíza que tivesse dado a ordem, eu mandava prender algumas pessoas, que rapidamente essa desocupação seria feita. Eu não sei porque a autoridade judicial ainda não colocou pra valer a sua autoridade”, disse Maria.
A Prefeita mostrando a sua indignação foi determinada quanto à sua posição. “Eu não quero ter que responder para a população, que não teve “Minha Casa, Minha Vida” em Santarém, porque a Polícia Militar e o Governo do Estado demoraram em tirar as pessoas que invadiram a área”, enfatizou.
Os invasores alheios às posições institucionais, ordem judicial, e risco da suspensão dos recursos, mostram-se irredutíveis. Eles ao serem ouvidos pela imprensa, já deixaram claro que não querem as casas populares, mas querem construir suas próprias casas. Nesse caso, o confronto entre a Polícia e os ocupantes está evidenciado.
Uma das ocupantes, Ana Ferreira, sob os aplausos dos demais, chegou a anunciar: “Eu sou capaz de me jogar no chão, no meio do meu barraco e a Polícia me mata, mas só me tira de lá morta”.
As obrigações da Prefeitura são a doação do terreno, e o cadastro. Mesmo com a promessa de que os invasores terão a garantia de uma unidade habitacional caso desocupem voluntariamente a área, não é suficiente pra convencê-los. A outra metade é por conta da Prefeitura fazer o cadastro das pessoas, para que a Caixa Econômica faça a análise, tanto do cadastramento sob a responsabilidade da COHAB, como da própria Prefeitura, estabelecido no acordo com 50 % para cada uma das instâncias (Municipal e Estadual).
A falta de confiança no poder público tem uma boa dose dentro desse contexto por parte dos invasores.
O acordo de cooperação entre os governos estadual e municipal, que acabou evidenciando a barganha de lideranças dos invasores, na garantia a obtenção de casa, conflita com a posição de parte deles.
Como no jogo de empurra ninguém se entende, os desdobramentos ainda estão longe de um consenso, principalmente depois que a Prefeita sugeriu a “prisão dos responsáveis pela desocupação”, deixando subentendido, que até o Governador estaria passível, diante do descumprimento de uma ordem judicial.
Pior que isso, é saber que o vice-Governador, o santareno Helenilson Pontes, tem se mostrado alheio, não apenas a esse imbróglio, mas a tudo o que é de interesse desta região.
Por: Carlos Cruz