Nem a comissão controlada por Cunha atinge 2/3 dos votos para dar o golpe.
Já era mais do que sabido pelos próprios governistas que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) venceria na comissão na Câmara dos Deputados que analisa se o processo do golpe do impeachment iria a plenário ou não. Pois a maioria dos deputados foram escolhidos a dedo, da confiança do Cunha.
Mesmo assim, nem nesta comissão Cunha conseguiu 2/3 dos votos, o que é uma amostra de que os golpistas não tem votos suficientes para dar o golpe.
Nesta comissão 38 deputados golpistas votaram a favor de dar continuidade ao golpe do Cunha, contra 27 deputados legalistas que votaram para arquivar o golpe. Se essa comissão já fosse a decisão do plenário que decidisse pela autorização do impeachment, o golpe não teria passado, pois os golpistas precisariam de 44 votos, enquanto os legalistas precisariam só de 22 votos para barrar.
Aliás Cunha não conseguiu os 2/3 dos votos nem dentro do PMDB, seu partido e do vice traidor Michel Temer. Deu quase empate: 3 deputados foram legalistas e 4 foram golpistas.
Isso ocorreu em uma comissão controlada pelo Cunha. No plenário da Câmara, com todos os 513 deputados, Cunha tem controle sobre uma bancada menor.
Mas quem barra o golpe é a gente na ruas e nas redes, então nada de acomodação. Até domingo todo mundo na atividade contra o golpe.
Eis a lista dos deputados golpistas nesta comissão:
Ordenados por Estado
Deputados Golpistas (38) Partido Estado Voto
Elmar Nascimento DEM BA Sim ao golpe
Lúcio Vieira Lima PMDB BA Sim ao golpe
Jutahy Junior PSDB BA Sim ao golpe
Benito Gama PTB BA Sim ao golpe
Danilo Forte PSB CE Sim ao golpe
Tadeu Alencar PSB CE Sim ao golpe
Ronaldo Fonseca PROS DF Sim ao golpe
Evair de Melo PV ES Sim ao golpe
Jovair Arantes PTB GO Sim ao golpe
Marcelo Aro PHS MG Sim ao golpe
Weliton Prado PMB MG Sim ao golpe
Leonardo Quintão PMDB MG Sim ao golpe
Eros Biodini PROS MG Sim ao golpe
Marcos Montes PSD MG Sim ao golpe
Paulo Abi-Ackel PSDB MG Sim ao golpe
Laudivio Carvalho SD MG Sim ao golpe
Nilson Leitão PSDB MT Sim ao golpe
Mendonça Filho DEM PE Sim ao golpe
Fernando Coelho Filho PSB PE Sim ao golpe
Rogério Rosso PSD PI Sim ao golpe
Carlos Sampaio PSDB PR Sim ao golpe
Fernando Francischini SD PR Sim ao golpe
Rodrigo Maia DEM RJ Sim ao golpe
Júlio Lopes PP RJ Sim ao golpe
Jhonatan de Jesus PRB RR Sim ao golpe
Shéridan Estérfany Oliveira de Anchieta PSDB RR Sim ao golpe
Osmar Terra PMDB RS Sim ao golpe
Jerônimo Goergen PP RS Sim ao golpe
Luiz Carlos Busato PTB RS Sim ao golpe
Mauro Mariani PMDB SC Sim ao golpe
Paulo Maluf PP SP Sim ao golpe
Alex Manente PPS SP Sim ao golpe
Marcelo Squassoni PRB SP Sim ao golpe
Eduardo Bolsonaro PSC SP Sim ao golpe
Marco Feliciano PSC SP Sim ao golpe
Bruno Araújo PSDB SP Sim ao golpe
Bruno Covas PSDB SP Sim ao golpe
Paulinho da Força SD SP Sim ao golpe
Deputados pela Democracia (27) Partido Estado Voto
José Rocha PR AL Não ao golpe
Roberto Britto PP BA Não ao golpe
Paulo Magalhães PSD BA Não ao golpe
Bacelar PTN BA Não ao golpe
Weverton Rocha PDT MA Não ao golpe
Junior Marreca PEN MA Não ao golpe
João Marcelo Souza PMDB MA Não ao golpe
Valtenir Pereira PMDB MT Não ao golpe
José Geraldo PT PA Não ao golpe
Aguinaldo Ribeiro PP PB Não ao golpe
Silvio Costa PTdoB PE Não ao golpe
Flavio Nogueira PDT PI Não ao golpe
Aliel Machado Rede PR Não ao golpe
Jandira Feghali PCdoB RJ Não ao golpe
Leonardo Picciani PMDB RJ Não ao golpe
Chico Alencar PSOL RJ Não ao golpe
Benedita da Silva PT RJ Não ao golpe
Wadih Damous PT RJ Não ao golpe
Vicentinho Júnior PR RN Não ao golpe
Édio Lopes PR RR Não ao golpe
Henrique Fontana PT RS Não ao golpe
Pepe Vargas PT RS Não ao golpe
Orlando Silva PCdoB SP Não ao golpe
Arlindo Chinaglia PT SP Não ao golpe
José Mentor PT SP Não ao golpe
Paulo Teixeira PT SP Não ao golpe
Vicente Candido PT SP Não ao golpe
Em tempo: Essa comissão não vale nada ainda, apenas não arquivou, empurrando a decisão para frente. A decisão mais importante na Câmara é a votação no plenário pelos 513 deputados, que deve ocorrer no próximo domingo. Basta haver 172 deputados legalistas para barrar o golpe.
Mesmo assim, nem nesta comissão Cunha conseguiu 2/3 dos votos, o que é uma amostra de que os golpistas não tem votos suficientes para dar o golpe.
Nesta comissão 38 deputados golpistas votaram a favor de dar continuidade ao golpe do Cunha, contra 27 deputados legalistas que votaram para arquivar o golpe. Se essa comissão já fosse a decisão do plenário que decidisse pela autorização do impeachment, o golpe não teria passado, pois os golpistas precisariam de 44 votos, enquanto os legalistas precisariam só de 22 votos para barrar.
Aliás Cunha não conseguiu os 2/3 dos votos nem dentro do PMDB, seu partido e do vice traidor Michel Temer. Deu quase empate: 3 deputados foram legalistas e 4 foram golpistas.
Isso ocorreu em uma comissão controlada pelo Cunha. No plenário da Câmara, com todos os 513 deputados, Cunha tem controle sobre uma bancada menor.
Mas quem barra o golpe é a gente na ruas e nas redes, então nada de acomodação. Até domingo todo mundo na atividade contra o golpe.
Eis a lista dos deputados golpistas nesta comissão:
Ordenados por Estado | ||||
Deputados Golpistas (38) | Partido | Estado | Voto | |
Elmar Nascimento | DEM | BA | Sim ao golpe | |
Lúcio Vieira Lima | PMDB | BA | Sim ao golpe | |
Jutahy Junior | PSDB | BA | Sim ao golpe | |
Benito Gama | PTB | BA | Sim ao golpe | |
Danilo Forte | PSB | CE | Sim ao golpe | |
Tadeu Alencar | PSB | CE | Sim ao golpe | |
Ronaldo Fonseca | PROS | DF | Sim ao golpe | |
Evair de Melo | PV | ES | Sim ao golpe | |
Jovair Arantes | PTB | GO | Sim ao golpe | |
Marcelo Aro | PHS | MG | Sim ao golpe | |
Weliton Prado | PMB | MG | Sim ao golpe | |
Leonardo Quintão | PMDB | MG | Sim ao golpe | |
Eros Biodini | PROS | MG | Sim ao golpe | |
Marcos Montes | PSD | MG | Sim ao golpe | |
Paulo Abi-Ackel | PSDB | MG | Sim ao golpe | |
Laudivio Carvalho | SD | MG | Sim ao golpe | |
Nilson Leitão | PSDB | MT | Sim ao golpe | |
Mendonça Filho | DEM | PE | Sim ao golpe | |
Fernando Coelho Filho | PSB | PE | Sim ao golpe | |
Rogério Rosso | PSD | PI | Sim ao golpe | |
Carlos Sampaio | PSDB | PR | Sim ao golpe | |
Fernando Francischini | SD | PR | Sim ao golpe | |
Rodrigo Maia | DEM | RJ | Sim ao golpe | |
Júlio Lopes | PP | RJ | Sim ao golpe | |
Jhonatan de Jesus | PRB | RR | Sim ao golpe | |
Shéridan Estérfany Oliveira de Anchieta | PSDB | RR | Sim ao golpe | |
Osmar Terra | PMDB | RS | Sim ao golpe | |
Jerônimo Goergen | PP | RS | Sim ao golpe | |
Luiz Carlos Busato | PTB | RS | Sim ao golpe | |
Mauro Mariani | PMDB | SC | Sim ao golpe | |
Paulo Maluf | PP | SP | Sim ao golpe | |
Alex Manente | PPS | SP | Sim ao golpe | |
Marcelo Squassoni | PRB | SP | Sim ao golpe | |
Eduardo Bolsonaro | PSC | SP | Sim ao golpe | |
Marco Feliciano | PSC | SP | Sim ao golpe | |
Bruno Araújo | PSDB | SP | Sim ao golpe | |
Bruno Covas | PSDB | SP | Sim ao golpe | |
Paulinho da Força | SD | SP | Sim ao golpe |
Deputados pela Democracia (27) | Partido | Estado | Voto | |
José Rocha | PR | AL | Não ao golpe | |
Roberto Britto | PP | BA | Não ao golpe | |
Paulo Magalhães | PSD | BA | Não ao golpe | |
Bacelar | PTN | BA | Não ao golpe | |
Weverton Rocha | PDT | MA | Não ao golpe | |
Junior Marreca | PEN | MA | Não ao golpe | |
João Marcelo Souza | PMDB | MA | Não ao golpe | |
Valtenir Pereira | PMDB | MT | Não ao golpe | |
José Geraldo | PT | PA | Não ao golpe | |
Aguinaldo Ribeiro | PP | PB | Não ao golpe | |
Silvio Costa | PTdoB | PE | Não ao golpe | |
Flavio Nogueira | PDT | PI | Não ao golpe | |
Aliel Machado | Rede | PR | Não ao golpe | |
Jandira Feghali | PCdoB | RJ | Não ao golpe | |
Leonardo Picciani | PMDB | RJ | Não ao golpe | |
Chico Alencar | PSOL | RJ | Não ao golpe | |
Benedita da Silva | PT | RJ | Não ao golpe | |
Wadih Damous | PT | RJ | Não ao golpe | |
Vicentinho Júnior | PR | RN | Não ao golpe | |
Édio Lopes | PR | RR | Não ao golpe | |
Henrique Fontana | PT | RS | Não ao golpe | |
Pepe Vargas | PT | RS | Não ao golpe | |
Orlando Silva | PCdoB | SP | Não ao golpe | |
Arlindo Chinaglia | PT | SP | Não ao golpe | |
José Mentor | PT | SP | Não ao golpe | |
Paulo Teixeira | PT | SP | Não ao golpe | |
Vicente Candido | PT | SP | Não ao golpe |
Em tempo: Essa comissão não vale nada ainda, apenas não arquivou, empurrando a decisão para frente. A decisão mais importante na Câmara é a votação no plenário pelos 513 deputados, que deve ocorrer no próximo domingo. Basta haver 172 deputados legalistas para barrar o golpe.
Bateu desespero em Temer: Vazamento do áudio revela fraqueza do golpe.
Se a dupla Cunha-Temer tivesse votos suficientes para dar o golpe, não pagaria o mico de vazar o áudio em que o vice-presidente "ensaiava" o discurso para comemorar o golpe que ainda não foi votado (só será votado no dia 17).
O vazamento expõe Temer à imagem de traidor que está conspirando para tomar o lugar da presidenta pelo golpe, de quem senta na cadeira antes do resultado, e ainda de trapalhão, pois diz que o áudio foi compartilhado "sem querer".
Além disso o discurso é ruim de doer, demonstrando que ele não tem estofo para ocupar a presidência.
Mas tem uma função: é o desespero de querer enganar trouxa para parecer que o impeachment será aprovado, tentando influir no voto de deputados indecisos.
Só que o efeito pode ser o contrário. Ulisses Guimarães dizia que no Congresso tem de tudo, menos trouxa. Se Temer tivesse de fato os votos suficientes para o impeachment não cairia em mais esse ridículo, depois daquela desastrosa carta à presidenta. Com esse desespero ele mostra que Cunha e ele não tem os votos dos deputados em número suficiente para dar o golpe. Demonstra fraqueza. E fraqueza ajuda os indecisos a irem para o outro lado.
Se a dupla Cunha-Temer tivesse votos suficientes para dar o golpe, não pagaria o mico de vazar o áudio em que o vice-presidente "ensaiava" o discurso para comemorar o golpe que ainda não foi votado (só será votado no dia 17).
O vazamento expõe Temer à imagem de traidor que está conspirando para tomar o lugar da presidenta pelo golpe, de quem senta na cadeira antes do resultado, e ainda de trapalhão, pois diz que o áudio foi compartilhado "sem querer".
Além disso o discurso é ruim de doer, demonstrando que ele não tem estofo para ocupar a presidência.
Mas tem uma função: é o desespero de querer enganar trouxa para parecer que o impeachment será aprovado, tentando influir no voto de deputados indecisos.
Só que o efeito pode ser o contrário. Ulisses Guimarães dizia que no Congresso tem de tudo, menos trouxa. Se Temer tivesse de fato os votos suficientes para o impeachment não cairia em mais esse ridículo, depois daquela desastrosa carta à presidenta. Com esse desespero ele mostra que Cunha e ele não tem os votos dos deputados em número suficiente para dar o golpe. Demonstra fraqueza. E fraqueza ajuda os indecisos a irem para o outro lado.
O vazamento expõe Temer à imagem de traidor que está conspirando para tomar o lugar da presidenta pelo golpe, de quem senta na cadeira antes do resultado, e ainda de trapalhão, pois diz que o áudio foi compartilhado "sem querer".
Além disso o discurso é ruim de doer, demonstrando que ele não tem estofo para ocupar a presidência.
Mas tem uma função: é o desespero de querer enganar trouxa para parecer que o impeachment será aprovado, tentando influir no voto de deputados indecisos.
Só que o efeito pode ser o contrário. Ulisses Guimarães dizia que no Congresso tem de tudo, menos trouxa. Se Temer tivesse de fato os votos suficientes para o impeachment não cairia em mais esse ridículo, depois daquela desastrosa carta à presidenta. Com esse desespero ele mostra que Cunha e ele não tem os votos dos deputados em número suficiente para dar o golpe. Demonstra fraqueza. E fraqueza ajuda os indecisos a irem para o outro lado.
Na Câmara e nas urnas, faltam votos para Cunha dar o golpe
Se a presidenta atravessa um momento de popularidade baixa, a da Câmara dos Deputados é pior e pode cair ainda mais, ao flertar com o golpe contra a soberania do voto popular
por Helena Sthephanowitz, para a RBA publicado 11/04/2016 10:52
Comments
Se a presidenta atravessa um momento de popularidade baixa, a da Câmara dos Deputados é pior e pode cair ainda mais, ao flertar com o golpe contra a soberania do voto popular
Marcelo Camargo / Fotos Públicas
Impeachment sem crime de responsabilidade não existe. É golpe mesmo. E crime de responsabilidade não é e nunca foi "pedalada". Teria de ser coisa muita séria, como colocar em risco a integridade do território nacional, trair a pátria em caso de guerras ou a serviço de governos estrangeiros, conspirar contra a democracia e a ordem constitucional ou, claro, roubar os cofres públicos.
A presidenta Dilma Rousseff não cometeu nenhum destes crimes. Ironicamente, muitos dos parlamentares que querem derrubá-la estão sendo acusados de vários ilícitos. O fato causa espanto na imprensa internacional: no Brasil, políticos acusados ladroagem, em vez de serem afastados, se juntam para derrubar uma presidenta honesta e tomar o lugar dela no governo.
Deveria causar espanto na imprensa nacional também, mas nossa chamada grande imprensa se posiciona ao lado dos acusados de ladroagem e a favor do golpe.
E a versão corrente do golpe é inventar um "terceiro turno", mas sem o voto do povo, com eleição indireta nos moldes em que era o colégio eleitoral da ditadura. Na prática é uma eleição entre Dilma e o vice Michel Temer, onde só 513 deputados podem votar. E 342 votos dos senhores deputados anulam e jogam no lixo 54,5 milhões de votos populares.
A crise política não é só responsabilidade da presidência da República, é também da Câmara dos Deputados por ter elegido alguém como Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para presidente da Casa e que, aliado à oposição, impõe a política da sabotagem, do "quanto pior, melhor". A política de atrapalhar em vez de trabalhar.
E se a presidenta atravessa um momento de popularidade baixa, a popularidade da Câmara dos Deputados é pior. A crise de representatividade da Câmara pode ser até medida nas últimas eleições de 2014, quando foram registrados um número muito maior de votos nulos, brancos e inválidos para deputados federais do que para presidentes.
A média de votos recebidos pelos 513 deputados eleitos em 2014 foi 113.341 votos por por parlamentar. Se considerarmos que 342 parlamentares é o número necessário para dar o golpe, eles representariam - se é que representam mesmo - cerca de 39 milhões de votos que os elegeram. Bem menos do que os 54,5 milhões de votos populares que Dilma teve.
Então nem o argumento, por si só fora da lei, de que o impeachment seria um julgamento apenas político serve, pois não passa de golpe de apenas parte dos deputados, com representatividade popular bem menor do que a presidenta.
E estes números mostram que os próprios deputados colocam seus pescoços na guilhotina ao flertarem com o golpe contra a soberania do voto popular. Afinal, se 54,5 milhões de votos para presidente não valerem, por que os 113 mil votos em cada deputado valeriam? Ainda mais representados na figura do presidente da Casa, Eduardo Cunha, flagrado com contas clandestinas na Suíça e já citado algumas vezes em delações premiadas da Lava Jato.
Como são poucos os deputados dispostos a entregarem seus pescoços à guilhotina da fúria popular, é cada vez menor a disposição de levar adiante o golpe.
Ainda que o governo enfrente vários problemas, e com toda a crise política e econômica, é da presidência da República que ainda vêm algumas boas notícias sobre coisas que melhoram a vida das pessoas – casas e escolas sendo inauguradas, por exemplo. Enquanto isso, a Câmara dos Deputados só tem produzido para o povo brasileiro notícias ruins e escândalos, devido à pauta negativa imposta por Cunha e pela postura de parte do Legislativo do "quanto pior, melhor". A rigor, a maior crise política está na Câmara.
A solução começaria pela mudança de postura da Câmara dos Deputados: em vez de passar as 24 horas do dia conspirando em torno do golpe palaciano, é preciso trabalhar pelo bem do país e do povo brasileiro. Os incendiários golpistas só têm a oferecer o caos da instabilidade e da explosão da insatisfação popular.
A presidenta Dilma Rousseff não cometeu nenhum destes crimes. Ironicamente, muitos dos parlamentares que querem derrubá-la estão sendo acusados de vários ilícitos. O fato causa espanto na imprensa internacional: no Brasil, políticos acusados ladroagem, em vez de serem afastados, se juntam para derrubar uma presidenta honesta e tomar o lugar dela no governo.
Deveria causar espanto na imprensa nacional também, mas nossa chamada grande imprensa se posiciona ao lado dos acusados de ladroagem e a favor do golpe.
E a versão corrente do golpe é inventar um "terceiro turno", mas sem o voto do povo, com eleição indireta nos moldes em que era o colégio eleitoral da ditadura. Na prática é uma eleição entre Dilma e o vice Michel Temer, onde só 513 deputados podem votar. E 342 votos dos senhores deputados anulam e jogam no lixo 54,5 milhões de votos populares.
A crise política não é só responsabilidade da presidência da República, é também da Câmara dos Deputados por ter elegido alguém como Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para presidente da Casa e que, aliado à oposição, impõe a política da sabotagem, do "quanto pior, melhor". A política de atrapalhar em vez de trabalhar.
E se a presidenta atravessa um momento de popularidade baixa, a popularidade da Câmara dos Deputados é pior. A crise de representatividade da Câmara pode ser até medida nas últimas eleições de 2014, quando foram registrados um número muito maior de votos nulos, brancos e inválidos para deputados federais do que para presidentes.
A média de votos recebidos pelos 513 deputados eleitos em 2014 foi 113.341 votos por por parlamentar. Se considerarmos que 342 parlamentares é o número necessário para dar o golpe, eles representariam - se é que representam mesmo - cerca de 39 milhões de votos que os elegeram. Bem menos do que os 54,5 milhões de votos populares que Dilma teve.
Então nem o argumento, por si só fora da lei, de que o impeachment seria um julgamento apenas político serve, pois não passa de golpe de apenas parte dos deputados, com representatividade popular bem menor do que a presidenta.
E estes números mostram que os próprios deputados colocam seus pescoços na guilhotina ao flertarem com o golpe contra a soberania do voto popular. Afinal, se 54,5 milhões de votos para presidente não valerem, por que os 113 mil votos em cada deputado valeriam? Ainda mais representados na figura do presidente da Casa, Eduardo Cunha, flagrado com contas clandestinas na Suíça e já citado algumas vezes em delações premiadas da Lava Jato.
Como são poucos os deputados dispostos a entregarem seus pescoços à guilhotina da fúria popular, é cada vez menor a disposição de levar adiante o golpe.
Ainda que o governo enfrente vários problemas, e com toda a crise política e econômica, é da presidência da República que ainda vêm algumas boas notícias sobre coisas que melhoram a vida das pessoas – casas e escolas sendo inauguradas, por exemplo. Enquanto isso, a Câmara dos Deputados só tem produzido para o povo brasileiro notícias ruins e escândalos, devido à pauta negativa imposta por Cunha e pela postura de parte do Legislativo do "quanto pior, melhor". A rigor, a maior crise política está na Câmara.
A solução começaria pela mudança de postura da Câmara dos Deputados: em vez de passar as 24 horas do dia conspirando em torno do golpe palaciano, é preciso trabalhar pelo bem do país e do povo brasileiro. Os incendiários golpistas só têm a oferecer o caos da instabilidade e da explosão da insatisfação popular.
Golpistas fracassam: Só Lula subiu no Datafolha e lidera pesquisas para eleições presidenciais.
Mesmo sob intenso bombardeio da Globo e perseguição política por setores do poder judiciário, Lula foi o único que subiu na pesquisa do Datafolha. E virou, assumindo a liderança.
Mesmo Marina Silva, longe do fogo cruzado no noticiário, oscilou para baixo em três dos quatro cenários pesquisados, ficando atrás de Lula, em empate técnico. Em um caso fica 4 pontos abaixo de Lula.
Todos os três pré-candidatos tucanos despencaram. Aécio "o chato", que ainda liderava a pesquisa de dezembro passado, despencou 10 pontos caindo para terceiro lugar. Em outra simulação colocando Alckmin e Serra candidatos por outros partidos, Aécio fica 9 pontos atrás de Lula.
Alckmin Merendão caiu de 14 para 9 pontos desde dezembro e fica em empate técnico com Ciro Gomes e Jair Bolsonaro (8 pontos). Em outro cenário, fica em sétimo lugar com apenas 5 pontos, empatado com Serra, e atrás de Sérgio Moro (8 pontos) e de Ciro Gomes e Bolsonaro (6 pontos cada).
Serra também despencou de 15 para 11 no melhor cenário. E caiu para o sétimo lugar, empatado com Alckmin com apenas 5 pontos no cenário citados acima.
A adesão ao golpe corrupto, a aliança golpista com Eduardo Cunha, a política do "quanto pior, melhor" devastou os tucanos.
O Datafolha também mostrou que a rejeição a Michel Temer, poupado na mídia, é a mesma de Dilma. E registrou a diminuição do número de pesquisados que apoiam o golpe.
Apesar do Datafolha não ser muito confiável, mostra a tendência da preferência popular pelo lulismo e a decadência dos golpistas.
Perdeu, Globo. Não dá para enganar a todos o tempo todo.
Autora do pedido de impeachment mamou nos cofres público nos governos de FHC e Alckmin
Autora do pedido de impeachment trabalhou nos governos de FHC e Alckmin
Janaína Paschoal exerceu funções de assessoria especial e técnica
Trecho do Diário Oficial da União com a exoneração da autoria do impeachment de Dilma |
A advogada Janaína Paschoal, autora do pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, trabalhou como assessora especial do Ministério da Justiça no governo de Fernando Henrique Cardoso e como assessora técnica de gabinete na gestão do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ambos do PSDB, partido que lidera o movimento pela destituição da chefe do Executivo.
No arquivo do Diário Oficial da União (DOU), do dia 24 de julho de 2002, há a informação de exoneração de Janaína do cargo de Assessor Especial do Ministro de Estado da Justiça, pelo presidente da República, Fernando Henrique Cardoso.
Já no governo de Geraldo Alckmin, Janaína presidiu uma das comissões especiais destinadas a apresentar propostas de alteração de plano de carreira e critérios de promoção nas polícias Civil, Militar e Técnico-Científica, de acordo com informação disponível no site da Secretaria de Segurança Pública do Governo do Estado de São Paulo.
Na última segunda-feira (4), um discurso raivoso de Janaína, em frente à Faculdade de Direito da USP, em que ela pedia a morte da "República da Cobra" e afirmava que Deus a ajudaria a derrubar "a Cobra", chamou a atenção e acabou virando piada nas redes sociais.As informações estão no Jornal do Brasil
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