Com baixa popularidade, governador tucano Simão Jatene investe mais
Sem grandes realizações, Simão Jatene inaugura rede de abastecimento de água em Ponta de Pedras. |
Contas apertadas e popularidade em baixa compõem o cenário que o
governador Simão Jatene (PSDB) deverá enfrentar neste ano em busca da
reeleição no Pará.
Gestor estadual com a quinta pior avaliação do país (39% de ruim/péssimo
em dezembro, segundo o Ibope), o tucano aumentou receita e
investimentos do Estado, mas indicadores sociais historicamente ruins
pouco reagiram.
"Nossos índices de educação são muito ruins. Quando assumi [2011],
fizemos um estudo entre nossos estudantes e constatamos isso", disse à
Folha o governador.
Ele recorreu ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para tomar
um empréstimo de US$ 300 milhões (R$ 666 milhões) e criar um programa
específico para tentar resgatar a qualidade do ensino estadual.
"Está em andamento. Espero que essa seja a coisa mais importante que deixaremos como herança", diz governador tucano.
VIOLÊNCIA
A violência também cresce. Segundo dados do próprio governo, o número de
homicídios teve um aumento de 9,3% entre 2011 e 2013 no Estado. No
mesmo período, os roubos cresceram 4,6%.
"Temos duas áreas sensíveis, segurança e educação, que não foram dadas
soluções até hoje", afirma o deputado Edilson Moura (PT), dando o tom do
discurso da oposição nas eleições de outubro deste ano.
Jatene elevou os investimentos de
4,5% para 7,1% das despesas e baixou a dívida. A folha de pessoal
cresceu e, consumindo quase 48% da receita do Estado, já bate perto do
limite imposto por lei.
O tucano diz que a gestão precisou
organizar as finanças nos dois primeiros anos para começar a investir.
"Grande parte dos projetos começaram a maturar só agora", afirma Jatene,
ao explicar sua baixa popularidade.
Também cita a reforma e construção de hospitais, asfaltamento de 1.100
km de estradas e a criação de 650 leitos hospitalares como feitos da
gestão. Projeta, ainda, até o final do ano, criar mais 350 leitos e
inaugurar o novo terminal hidroviário de Belém.
A oposição se articula em torno de Helder Barbalho (PMDB), ex-deputado
estadual [sic] que deverá concorrer ao governo com apoio do PT, que
governava o Estado até 2010.
SEM SUBSTITUTO
Aos 65 anos, Jatene chegou a afirmar neste ano que deixaria o governo,
mas decidiu ficar na cadeira e tentar o terceiro mandato –ele também foi
governador entre os anos de 2003 e 2006.
"Esperava que pudesse surgir algum tipo de liderança e pudesse ser
candidato, mas isso não aconteceu", afirma Janene, que aponta a atual
estrutura tributária como um dos principais problemas do país.
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