A economia do Açaí e a Conferência Interacional sobre o clima- COP 30. Manoel Alves da silva – Sociólogo, Doutor em Ciências sócio ambientais.


Manoel Alves da silva – Sociólogo, Doutor em Ciências sócio ambientais.
 


Na terra do açaí, os caroços, no caso já como resíduos orgânicos, se tornaram 
entulhos. E lixão nas ruas de Belém. E agora?
Durante a COP 30 (2025) em Belém sem dúvida o açaí terá um destaque 
especial visto que a gastronomia paraense vai ganhar holofote. Em particular o 
açaí, enquanto alimento amazônico, sobretudo paraense, sendo o Pará o maior 
produtor de açaí do mundo; nesse contexto o açaí será apresentado sob diversas 
versões gastronômica, e todas saborosas, sem dúvida, seja o vinho do açaí com 
peixe assado, ou acompanhado de charque frito. Em outra versão os picolés e 
sorvetes de açaí. O vinho do açaí com açúcar e/ou sem açúcar, todas as versões
de sabor inquestionável.

Hoje os açaizeiros (palmeiras) são uma excelente opção para enfrentar o 
desmatamento e as queimadas, sendo uma espécie apropriada para o 
reflorestamento. Em consórcio com outras espécies, no modelo de sistema agro 
florestal (SAAF), tem um papel ambiental adicional, de alcance estratégico para 
o enfrentamento as questões climáticas, por força de seu papel de sequestrar de 
C02.

Contudo, a economia do açaí gera uma situação que demanda uma solução 
sustentável, o que fazer com os caroços de açaí produzidos por milhares de 
batedores e batedores de açaí nas cidades. Hoje o descarte desse resíduo 
ocorre de forma irregular e insustentável, gerando mais resíduos urbanos. Este 
descarte transforma em lixões nas ruas de Belém, por exemplo.

O atual modelo de produção e consumo seguem a lógica de que os recursos 
naturais são infinitos, sendo assim o sistema extrai os recursos naturais dos 
ecossistemas, introduz no processo de produção, encaminha para o mercado de 
consumo, uma vez consumidos, descarta, o que foi um produto assumi a forma
de resíduos que viram entulhos. 

Esse modelo de produção, e de consumo é insustentável, devido um descarte 
sem planejamento e responsabilidade. Uma nova logica deve ser adotada na 
perspectiva da sustentabilidade. Por exemplo, a bioeconomia circular, baseada 
nos princípios de reduzir, reutilizar e reciclar, com essa atitude é possível diminuir
a quantidade total de resíduos, e reutiliza-los, evitando sobrecarga sobre os 
recursos naturais, em particular sobre a floresta amazônica, em busca de mais 
matéria prima.

Essa lógica deve ser a dotada na produção do açaí, posto que os caroços, os 
resíduos não devem se transformar em entulho, nem tão pouco em lixões 
urbanos em plena Amazônia. Os caroços do açaí longe de ser um problema é 
uma solução, uma vez que pode e deve ser reutilizado, e reaproveitado como 
fonte de energia. A biomassa por sua vez, pode ser (reutilizada) transformando-
a em energia elétrica, térmica e gás combustível. Assim substitui produtos 
fosseis, o petróleo, o carvão e o gás natural, por biocombustível, energia 
sustentável.

A produção de biocombustíveis, através do beneficiamento dos caroços do 
açaí, e nesse contexto a implantação de uma usina de beneficiamento dos 
caroços de açaí é uma atitude sustentável.









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