A piada é a única forma possível de explicar o Brasil.


Angeli
A volta de Delúbio Soares aos quadros do PT comprova o acerto da previsão feita por ele de que, no Brasil, tudo acaba em piada de salão.
No caso de Delúbio, a anedota se parece com aquela do padre e do motorista de ônibus bêbado que chegam ao céu na mesma hora.
São Pedro recebe o motorista bêbado com um sorriso largo. Abraça-o afetuosamente. Sem perguntas, manda-o entrar.
Quando chega a vez do padre, o recepcionista do céu fecha a cara. Pede ao religioso que preencha um longo questionário.
O padre abespinha-se: “Como pode ser? Ele, um notório pecador, entra direto. Eu, um servo de Deus, tenho de responder a perguntas, marcar hora!”
E São Pedro: “É o reconhecimento pelos serviços prestados. Durante as suas missas, os fiéis dormiam na igreja. Quando o motorista bêbado dirigia, todos rezavam”.
Na época em que se descobriu que Delúbio pilotava as arcas do PT como um motorista bêbado, o petismo e o governo Lula aprenderam a rezar.
Mal comparando, a volta do tesoureiro pródigo à sua velha casa equivale ao reingresso do pecador no céu.
Os porteiros do PT não ousariam barrar a entrada daquele que, atendendo às orações, manteve-se calado por tanto tempo.
Agora, o PT luta para instituir o financiamento público das campanhas eleitorais. Argumenta que a grana do contribuinte vai eliminar a corrupão.
Não vai acontecer. Mas o surto de boas intenções retóricas faz da política uma atividade que, da boca pra fora, é das mais honestas.
A pantomima como que restabelece a ordem. Pelo menos até o surgimento do próximo motorista bêbado.
Entre o gogó e o realizado, o Brasil vai ficando no mesmo lugar. Não é um país. É uma piada nova sempre esperando para acontecer. Triste, mas muito divertido.
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Escrito por Josias de Souza

Social-democracia tupiniquim descerá, enfim, à cova

Humberto
Durante os oito anos de reinado de FHC foram muitas as tentativas de intrigar o PSDB com o DEM.
Exergava-se no esforço pela separação um quê de civismo. Era preciso salvar a alma do PSDB, ativando-lhe a memória.
O longo convívio fizera o tucanato esquecer de suas origens. Olvidara-se de que, na certidão de nascimento, era social-democrata.
Aos pouquinhos, foi abandonando a castidade, rendeu-se à lascívia, encantou-se com os prazeres do fisiologismo.
O DEM, nessa época ainda PFL, pressentiu que a relação tinha futuro quando leu o Max Weber que FHC esquecera sobre a TV.
Adorou o trecho que falava das duas éticas. Aderiu instantaneamente à “ética da responsabilidade”.
Em vários momentos, o rompimento esteve na bica de acontecer. Emperrava na hora da partilha dos bens.
O pefellê abria mão de tudo, menos do Palácio do Planalto. ACM insinuava que FHC também pertencia ao PFL.
Sem acordo quanto à divisão do patrimônio, o matrimônio foi mantido. Sobreviveu, aos trancos, fora do poder.
Agora, num estreitamento definitivo das diferenças, PSDB e DEM cogitam fundir-se. Diz-se que a fusão virá depois da eleição de 2012.
Fragilizadas por um emagrecimento involuntário, as duas legendas vão virar uma. Farão por precisão o que não fizeram por opção.  
A pseudosocial-democracia do tucanato, cadáver insepulto, vai finalmente descer à cova. Descansará em paz.
Recomenda-se reservar ao lado espaço para outra sepultura. Ali, no futuro, será enterrado o pseudosocialismo do PT, temporariamente amasiado com o PMDB.  
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Escrito por Josias de Souza.

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