Roberto Jefferson foi diagnosticado com câncer

- Atualização feita às 17h13 desta sexta (20): Horas depois de confirmar que Roberto Jefferson fora diagnosticado com câncer, a assessoria do ex-deputado informou coisa diversa. Exames pré-operatórios realizados nesta sexta teriam revelado que o tumor detectado no pâncreas de Jefferson seria benigno. Não há, por ora, manifestação dos médicos. Os exames foram feitos no Hospital Bom Samaritano, no Rio.

Guiando-se por um voto da ministra Ana Arraes (foto), ex-deputada do PSB e mãe do governador pernambucano Eduardo Campos, o TCU considerou “regular” um contrato celebrado pela agência de propaganda DNA, que pertencia a Valério, com o Banco do Brasil. Um negócio de R$ 153 milhões anuais, que vigorou entre 2003, primeiro ano de Lula, e 2005, quando estoutou o escândalo.
Na denúncia que deu origem à ação penal, a Procuradoria Geral da República sustentou que parte do dinheiro que financiou o mensalão veio de irregularidades praticadas nesses contratos. O próprio TCU já havia apontado irregularidades na transação. Porém, a ministra Ana Arraes deu de ombros para os relatórios do corpo técnico do tribunal e para o parecer do procurador Paulo Bugarin, rerpesentante do Ministério Público junto ao TCU.
Ao varejar os contratos da DNA com o BB, os técnicos do TCU verificaram que a agência apropriara-se, em valores da época, de R$ 4,4 milhões do banco. A agência de Valério negociava a venda de anúncios da casa bancária estatal. Como a quantidade era grande, obtinha um desconto chamado tecnicamente de “bônus de volume.” Pelo contrato, os descontos deveriam ter sido creditados ao BB. Mas a agência de Valério apropriou-se deles.
No seu voto, Ana Arraes não negou os achados dos auditores. Mas escorou-se numa lei aprovada em 2010, cinco anos depois dos malfeitos, para sustentar a tese de que os contratos foram limpos. Trata-se da lei 12.232. A mãe de Eduardo Campos apegou-se em dois artigos. Num, o de número 18, está escrito que a devolução dos descontos ao contratante do serviço de publicidade é facultativa. Noutro, número 20, anotou-se que a lei poderia ser invocada em casos pretéritos.
Seguido pelos demais ministros do TCU, o voto de Ana Arraes produziu, além de munição para os mensaleiros, o cancelamento de multas que haviam sido impostas ao petista Pizolatto e a outros dois ex-diretores do BB: Cláudio de Castro Vasconcelos e Renato Luiz Belineti. Afora as multas, os ex-diretores teriam de devolver às arcas do BB algo como R$ 5 milhões. No caso de Pizzolato, a punição alçaria à casa dos R$ 3,7 milhões.
O procurador Paulo Bugarin, voz do Ministério Público no TCU, discorda frontalmente do entendimento adotado por Ana Arraes e corroborado pelos colegas dela. Por duas razões. Acha que uma lei de 2010 não pode retroagir no tempo para reescrever a crônica de negócios realizados entre 2003 e 2005. De resto, realça que o contrato da DNA com o BB continua uma cláusula que previa explicitamente a devolução dos descontos, os tais “bonus” de volume” ao banco estatal.
Escrita em 2007 pelo então procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza e reafirmada pelo sucessor Roberto Gurgel, a denúncia do mensalão sustenta que parte da verba que financiou o escândalo veio de cofres públicos. Entre eles o Banco do Brasil.
Na peça acusatória, Pizzolato é acusado de facilitar os desvios. A Procuradoria acusa-o também de receber ‘valerianas’ no total de R$ 326.660,27. Com a decisão inspirada no voto de Ana Arraes, o TCU oferece matéria prima nova aos advogados dos réus a poucos dias do início do julgamento, cujo início foi marcado para 2 de agosto.
Termina nesta sexta prazo dado pelo CNJ para que todos os tribunais levem salários à internet

Presidentes de tribunais de Justiça com Ayres Britto: contra a transparência
Há dois dias, o ministro Carlos Ayres Britto, presidente do STF e do CNJ recebeu em Brasília 24 presidentes de tribunais de Justiça (foto). A assessoria do Supremo resumiu o encontro numa notícia rasa. Anotou-se no texto que os desembargadores “vieram apresentar as peculiaridades das cortes estaduais brasileiras e discutir propostas de soluções para problemas enfrentados por eles.”
Informou-se, de resto, que Ayres Britto enxergara no encontro “uma oportunidade de estreitar os laços entre o Supremo e os tribunais”. Os repórteres Gustavo Uribe, Renato Onofre e André de Souza desceram às profundezas da conversa. Descobriram que os desembargadores foram ao mandachuva do STF para informar-lhe que são contra a resolução em que o CNJ disciplinou o cumprimento da Lei de Acesso à Informação no âmbito do Judiciário.
O Tribunal de Justiça do Paraná já decidiu que não irá cumprir a determinação do modo como o CNJ mandou. Discorda da exposição dos nomes dos beneficiários dos contracheques. Manoel Alberto Rebêlo dos Santos, presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, chega a comparar o decreto editado por Dilma Rousseff sobre o tema a um ato institucional, do tipo que era baixado pelos governos militares.
“[Ao] Publicar indistintamente [os nomes], você está violando um direito garantido pela Constituição Federal. A partir do momento que não se obedece ao que a Constituição determina, estamos, ao meu ver, correndo um risco muito grande. Daqui a pouco, estaremos sendo governados por decretos aos moldes da época dos atos institucionais. Não podemos superar o que está determinado na Constituição”, diz o desembargador fluminense.
Presente à reunião com Ayres Britto, o desembargador Ari Jorge Moutinho da Costa, presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas, informou que o ministro não se mostrou aberto à ideia de protelar a divulgação dos dados salariais dos tribunais. Ao contrário. “Ele deixou claro que não irá postegar a publicidade dos salários.”
Curiosamente, outro desembargador que participou da mesma conversa, Marcus Faver, presidente do Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça, afirmou que o tema nem foi abordado. Ele se declara a favor da providência, mas discorda da associação dos nomes aos vencimentos.
“O importante para a sociedade é saber exatamente quanto é o salário dos servidores. Quem é o titular, você pode dar isso pelo número de matrícula. O resto é, a meu ver, uma curiosidade mórbida. Mas acho que os tribunais vão cumprir o que o Supremo determinou, embora questionando isso.”
A decisão do CNJ não deixou margens para dúvidas. A ordem é ampla, geral e irrestrita. Determina que, além do salário-base, os tribunais terão de exibir os nomes de magistrados e servidores, as respectivas funções, a unidade em que estão lotados, os subsídios, as vantagens pessoais, as indenizações e até as diárias recebidas ao longo de cada mês.
No rol das indenizações estão incluídos, por exemplo: auxílios alimentação, pré-escolar, saúde, moradia e natalidade. A lista de vantagens inclui: adicional por tempo de serviço, quintos, décimos e todo o etcétera. Da relação de subsídios devem constar adicionais por exercício de função de confiança. Exige-se também a divulgação das “vantagens eventuais”. Coisas indenização de férias, serviços extraordinários e pagamentos retroativos.
Embora não seja alcançado pelas deliberações do CNJ, o próprio STF já expôs em seu portal os dados salariais dos seus ministros e servidores. Também o TST antecipou-se à ordem do CNJ. Por odem de Dilma, o Poder Executivo foi o primeiro a pôr em prática a Lei de Acesso à Informação. Coube à CGU divulgar em seu portal as informações da folha federal. A Câmara e o Senado prometem fazer o mesmo no dia 31 de julho.
O sindicalismo do serviço público federal tentou barrar na Justiça a implementação do decreto de Dilma. Prevaleceu na primeira e na segunda instância. Sucumbiu no STF. Atendendo a uma petição da Advocacia-Geral da União, Ayres Britto expediu uma liminar anulando as decisões das instâncias inferiores. É contra esse pano de fundo que se movem os desembargadores.
Vigora no Brasil uma convenção segundo a qual decisão judicial não se discute, cumpre-se. O receio de prestar contas ao contribuinte, financiador da festa, leva os mandarins dos tribunais a reforçar outro entendimento: no país das palmeiras e dos sabiás, alguns direitos podem ser iguais. Mas a Justiça faz questão de manter os deveres bem diferentes.
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MP pede cassação de irmãos Tião e Jorge Viana.

Remetido ao TSE, o parecer da vice-procuradora anota que, nas eleições de 2010, os candidatos da coligação dos Viana “conduziram a linha editorial dos periódicos de grande circulação e de canais de televisão e rádio locais, fortalecendo suas imagens por meio de matérias jornalísticas repletas de valorações positivas, dirigindo críticas negativas e adjetivos depreciativos aos candidatos da coligação partidária oposta.”
Sustenta que os candidato prevaleceram nas urnas valendo-se de “bens, servidores e serviços da administração pública estadual e municipal para a realização da campanha eleitoral.” Na opinião de Sandra, houve apropriação, “ainda que de forma indireta, dos parcos recursos financeiros da administração pública”.
De resto, anota a sub-procuradora em seu texto, os candidatos exigiram, de maneira “reiterada e insistente, vultosas quantias de dinheiro a empresários que mantêm contratos de prestação de serviços, fornecimento de bens e realização de obras com o Poder Público.”
Para Sandra, “restou vulnerada a legitimidade e a lisura das eleições, decorrente do uso abusivo dos meios de comunicação social, do abuso de poder político e econômico, capazes de prejudicar a igualdade de oportunidades nas eleições e a livre manifestação da vontade política popular.”
- Serviço: Aqui, a íntegra do parecer de Sandra Cureau.
Nicho de mercado!
- Charge do Amorim, via ‘Correio do Povo’.
Dilma quer comprar avião similar ao de Obama

Dilma Rousseff quer trocar de avião. O Airbus A319 comprado por Lula em 2004 já não a satisfaz. Deseja levar ao hangar um Boeing 747, modelo similar ao Air Force One, a aeronave usada pelo companheiro Barack Obama.
O repórter Brian Winter informa que as negociações do governo brasileiro com a Boeing já foram abertas. Confirmando-se a aquisição de asas novas, Dilma empurrará para dentro de sua biografia uma extravagância radioativa.
Abalroado pela crise financeira internacional em pleno voo, o PIB brasileiro fará um pouso atravessado em 2012. Com sorte, aterrissará numa pista próxima dos 2%. Com azar, fará um pouso forçado em faixa abaixo de 1,5%.
Numa casa brasileira convencional, família com dificuldades econômicas não troca de carro. E tem dificuldades para entender as razões que levam uma presidente convertida em gerente de crise a trocar de avião.
Dias atrás, em discurso no Planalto, Dilma dissera que, em tempos bicudos, “não se deve brincar à beira do precipício”. A brincadeira de um avião novo não levará o país para o buraco. Mas certamente conduzirá ao desfiladeiro a imagem da usuária brincalhona.
Escrivão da Polícia Federal que trabalhou com agente assassinado é achado morto, diz jornal

- Atualização feita às 20h19 desta quinta (19): Chama-se Fernando Spuri Lima o escrivão encontrado morto em Brasília. Tinha 34 anos. O corpo traz um tiro na cabeça. Uma cunhada do escrivão disse que ele saiu do plantão por volta das 9h. Informara que iria ao enterro do agente Wilton Tapajós, o agente federal assassinado na terça (17). Não apareceu no cemitério, contudo. Trabalhava no mesmo departamento do agente Tapajós. Mas a assessoria da PF informa que os dois não realizavam operações juntos.
Operadoras de telefonia celular respondem a 55 ações judiciais propostas pelo Ministério Público

Com 38 ações, o grupo Oi frequenta o topo do ranking da Procuradoria. A Claro vem a seguir, com 14 ações. E a TIM surge em terceiro, com 12. Em diversas ações figuram no polo passivo mais de uma operadora.
Em razão do volume de reclamações feitas contra as companhias telefônicas, o Ministério Público Federal constituiu um grupo de trabalho que se dedica exclusivamente ao tema. Funciona em Brasília, no âmbito da 3ª Câmara de Coordenação e Revisão, voltada às questões ligadas ao direito do consumidor e à ordem econômica.
Coordenador da 3ª Câmara, o procurador Antonio Fonseca apalaudiu a decisão da Anatel de proibir a Oi, a Claro e a Tim de comercializar novas linhas de celular a partir da próxima segunda-feira (23). “O que se tem percebido, ano após ano, é o crescimento da base de clientes das prestadoras de telefonia móvel sem a correspondente melhoria na qualidade do serviço”, disse Fonseca.
O procurador considera que a proibição imposta pela anatel é medida extrema. Mas é necessária a está prevista na Lei Geral de Telecomunicações. A simples aplicação de multas, informa a Procuradoria, tem se revelado ineficaz. As empresas recorrem ao Judiciário e menos de 5% das multas são recolhidas aos cofres do Tesouro.
Pior: de acordo com a Procuradoria, os problemas enfrentados pelos usuários de telefone não são solucionados. A Anatel fiscaliza, aplica multas, as emrpesas vão à Justiça, prevalecem na maioria dos casos e a clientela continua desatendida.
Daí o apoio do Ministério Público Federal à “medida extrema” adotada pela Anatel. Consdierando-se o número de ações judiciais e a quantidade de iniciativas extrajudiciais que envolvem as companhias telefônicas, a providência tardou a chegar.

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